31.10.04

"e os outros, os pobres, com o seu haxixe,
só aspiravam a uma coisa: ter paz..."
os dias de privação já passaram, e assim,
os dias esvaziam se de preocupações...

"everyday is good because of being alive,
from the day i was born till the day that i die..."

para mim, falta qualquer coisa para ser assim.
aos outros também falta sempre qualquer coisa.
somos assim, mais complicados do que é preciso...

24.10.04

tive a prova de que sou mais complicado...
já nem sei se me tornei nisto, ou se, sempre
vivi assim... não importa...
alguma coisa me importa realmente, agora?
poucas

mas acredito que crescemos cada vez que erramos.
podemos escolher aprender ou cair na trizteza,
posso escolher os dois? posso?

23.10.04

Soon forward, come turn me on
You told me that you soon forward, come turn me on, now
Turn your lamps down low, now
So we ain't gonna linger no more

In a time like this
I know the feeling is so hard to resist
So turn me on, turn me on, now
So turn me on, turn me on, now

Don't you stay too long
Slow right down, I'm coming on strong
Please don't let me wait
'Cause tonight is the night for our date, yeah
So turn me on, turn me on, now
So turn me on, turn me on, now

Turn your lamps down low, now
So we ain't gonna linger no more
In a time like this
I know the feeling is so hard to resist
So turn me on, turn me on, now
So turn me on, turn me on, now


Gregory Isaacs - Soon Foward
consegui juntar grande parte dos meus amigos hoje.
soube bem estar rodeado por todos, no sítio de sempre.
passei a noite a consumir o que me estava à frente.
adorei a noite...

cheguei a casa e o mais importante foi preparar outra...
é só o que preciso para chegar lá... aqui no meu sítio.

amanhã vou me encontrar com a mafalda...
é tudo o que importa agora...
vou me deitar, ouvir a música mais doce e viajar...

20.10.04

passei um dia calmo, sem pressa em nada...
à tarde estive no jardim da gulbenkian,
o sitio perfeito para partilhar uma.
tanto verde com cinza claro por cima...

já chega de tudo por hoje...

19.10.04

"...Quando o segundo me chega às mãos torno-me
audacioso e aspiro uma boa fumaça. A coisa vai,
não tusso e absorvo muito pouco ar. E depois, aquilo
começa a fazer o seu efeito. Desde há minutos que
me sinto bem. Tenho a impressão de planar. Não
encontro palavra mais justa para descrever esta
sensação. À minha volta tudo se dilui lentamente
numa espécie de algodão. Se quiser, posso não
observar nem ouvir nada do mundo exterior.
Basta querer e pronto! Estou só no mundo. Mas
se quiser fixar a minha atenção em qualquer
coisa, um objecto, um som ou um pensamento,
é fácil. Aquilo vem imediatamente para o primeiro
plano e o resto já não existe. Estou tranquilo, a
vida é bela e suave, o mundo é perfeito e maleável
e eu sinto-me voar docemente por cima de tudo.
Basta imaginar que estou a voar para que
verdadeiramente me sinta a voar.
Quanto às preocupações, adeus! Se praticamente
não tenho um centavo, o dinheiro que vá para o
diabo! Tudo se há de arranjar.
...É agora a quinta vez que o shilom me chega às
mãos e cada vez me sinto mais feliz. O tipo da
guitarra continua a tocar as mesmas árias
agridoces e nunca ouvi no mundo uma música
mais bela.
De vez em quando, como num sonho onde nos
sentimos voar, volto à terra por momentos.
Noto então que Johnny, o junkie, continua
deitado com a cabeça encostada à parede e
invade-me uma simpatia imensa por ele.
Vejo também outros tipos que se injectam
sem deixar de fumar. A esses também eu
concedo montes de amizade. De repente
tenho vontade de rir. Rio. E, estupefacto,
ouço-me rir com um riso incoercível, como
nunca ri em toda a minha vida, francamente,
com todo o meu coração, a garganta
escancarada, em gargalhadas de fazer
estalar o que resta das vidraças nas janelas
do quarto.
Isto desperta-me. Calo-me, um pouco
envergonhado. Lanço um olhar de viés
para os outros, que, nem sequer olharam
para mim. De repente volto a rir, porque
a vontade de rir é violenta, inexplicável,
mais forte do que eu..."

"Le Grand Voyage", Charles Duchaussois

16.10.04

gostava de estar a escrever outras palavras...

fora de mim, nada mudou de ontem para hoje.
ainda assim, cá dentro mudei sem perceber...
sem razão, mais uma vez, afundei me na tristeza.
com o telemóvel e o msn desligados, apenas
estive com os meus pais, porque teve de ser...
por mais de uma vez tive de lutar para guardar
as lágrimas, que caem sem perceber porquê...

15.10.04

cheguei a casa na fase descendente da viagem,
percebi que algo se passava, é tão fácil perceber.
fui directo ao meu quarto... isolado do resto.
sinceramente já nem me preocupo como antes,
ao fim de uns anos deixa de me trazer para baixo.
agora, há razões só minhas para isso...

já sei o que me espera há noite... dormente.

14.10.04

já sei que assim, a esta hora, não dá...
mas continuo a cair no mesmo, já sei disso...

continuo com força, mas também agarrado
a esta apatia que me faz sentir em casa.
preciso de acordar para as manhãs,
encarar mais um dia normal... e ai sim,
encher a cabeça de tudo e nada, pensar...
uma recompensa, uma necessidade benigna.

13.10.04

isto não devia ter acontecido...
ainda nem a tinha acabado, mas já estava lá.
apareçeu a minha mãe e disse me logo a verdade.
neguei e mostrei me ofendido... sou inocente.

está a mexer na minha vida mais do que devia...

12.10.04

ainda é cedo, mas já tenho a cabeça livre...
da burocracia do dia a dia, da miséria.
estou trancado no meu lugar de afecto,
com incenso a queimar... no escuro.
é tudo o que quero neste momento...

hoje percorri as ruas de lisboa a pé,
em vez de usar o metro como sempre.
já sinto o outono, já sinto vontade de andar...
andar por aí e ver tudo o que há para ver,
sentir a agitação em que todos vivem.
eu sempre calmo... ou dormente... ou com medo.
já não consigo distinguir... mas não interessa.
adorei o dia de hoje, adoro a noite de agora...
e sem muito esforço, foi simples, não sei...

7.10.04

fiz o mesmo caminho de sempre, sem energia...
sem vontade de sair do meu lugar de afecto.
cheguei à faculdade e senti o óbvio, já não devia
de estar aqui... as caras novas... não as quero ver

4.10.04

agora, não tenho nenhumas certezas...
sou inconstante nos pensamentos mais básicos,
sou inconstante nas acções mais simples,
sinto me castrado de aptidões sociais...

agora, nada disso importa...
cheguei lá depois de me darem o que precisava.
demorei mais a fazer, queria que fosse perfeita,
para o resultado ser este... calmo

3.10.04

não tenho nada meu há dias... agora não custa.
achei estranho, mas não me fez a falta que tinha
a certeza que iria fazer... à noite é mais dificil...

estou bem, estou limpo... devia de estar feliz...