23.2.06

ela volta sempre a mim, não resisto, não consigo largar...
sinto um conflito constante dentro de mim, não tenho paz,
sozinho, não existe ninguém que compreenda o que sou,
nem mesmo as pessoas mais próximas de mim...
para os outros sou fraco, objecto de pena, diferente,
eternamente sobre o efeito do haxixe que me afoga os olhos.
os meus fantasmas raramente me deixam em paz um dia,
ainda assim, sorrio para ti e para os outros, escondo tudo.
no fundo, as minhas interacções socias são uma farsa,
sozinho sou eu próprio, abraço e danço com a tristeza,
não preciso fingir que me interesso por viver no vosso mundo...
quando estou em casa já não escondo a maneira como sinto,
limito a comunicação com os meus pais ao essencial,
não quero participar na vida destroçada e sem amor deles,
não quero estar perto daqueles que me deviam conheçer,
e não fazem a mínima ideia daquilo por que passo todos os dias...

mas vais me encontrar e vou sorrir para ti, sempre com uma palavra amiga...