23.8.04

"All these people drinking lover's spit
They sit around and clean their face with it
And they listen to teeth to learn how to quit
tied to a night they never met

You know it's time
that we grow old and do some shit
I like it all that way

All these people drinking lover's spit
Swallowing words while giving head
They listen to teeth to learn how to quit
tied to a night they never met

You know it's time
that we grow old and do some shit
I like it all that way"

Broken Social Scene - Lover's Spit

21.8.04

"variante de matilde, guerreira que combate com energia.
dócil e sincera, sente se feliz quando conquista a simpatia
dos outros, por isso, faz tudo para agradar aos amigos e não
se importa de ouvir as suas lamentações. muito conservadora,
coloca a família acima de tudo."

bebo mais e a ideia instala se cada vez mais em mim.
eu fiz por isso, mas não consegui comprar...
e continua a marcar o meu ritmo, o meu rumo.
mas sei o que quero, quero mudar acima de tudo...
queria te a ti para me acompanhares... um recomeço...
queria ter agora o que quer que fosse para fumar,
queria ter o suficiente para ficar dormente, e esquecer.
queria fumar o suficiente para não pensar demais.
queria adormecer o corpo e apenas respirar...
o suficiente para fechar os olhos e chegar lá...

"estendes a mão na minha direcção, fechas os olhos.
timidamente faço o mesmo... até as nossas mãos se tocarem"

as coisas não são ou preto ou branco, a vida não é assim.
não fumei mas o medo continua cá, mas sei o que quero.
acho que finalmente sei o que quero... ou o que não quero.
bebi... e vou cair aqui de novo certamente...
amanhã, na primeira oportunidade que tiver vou fumar...
tenho a certeza...

"o quanto eu te quero puxar para mim,
quero sentir o teu corpo colado ao meu."

a imagem que tenho de mim não muda, o medo não foge.
posso beber, posso passar o dia a fumar... não muda.
eu percebo isso! eu sei disso! continuo... vejo o podre e não me desvio.
não posso dizer mais que me torna uma pessoa melhor.
o que me pode tornar uma pessoa melhor?

"consegues me tornar uma pessoa melhor?
consigo... deixa me entrar no teu coração e juntos vamos recomeçar!"

senão fosse haxixe era outra coisa...
podia coleccionar selos, podia ser voluntário num hospital,
o quer que fosse... não importava... comigo é o haxixe,
é a bolota, é o pollen, é o alcool, é qualquer merda que me ponham à frente.
"é para os fracos de espirito", que seja! é de mim para mim próprio!

estou sozinho, por mais voltas que dê à coisa, estou sozinho.
e por minha culpa... estes momentos são minha culpa.
estes fantasmas que me assombram o dia a dia são feitos à minha nimagem.
já disse aqui que "estou estragado"... estou mesmo, sinto me assim.
mas vou (fazer por) mudar... só de escrever dá me vontade de rir...

"não olho para os teus olhos, com medo que vejas para além deles.
não quero que vejas o meu medo de ti, o meu medo dos outros..."

estou com a minha irmã, a sónia, a elsa e o rui...
estão comigo e não sabem que "estão" comigo.
como é que podes saber o que estou a sentir?
sei que tento ser tolerante, amigo, justo, honesto...
do que é que isso vale?
quando olhas para mim não vês isso, vês o que eu próprio vejo.
vejo o mário... vejo a vergonha, o medo...

"(suspiras) olho para ti e vejo me a mim... ao pé de ti.
vejo a única coisa que me completa... acredita em mim"

high on life... é impossível...
"acabei de fumar e acertei... sinto me óptimo, estou feliz!
sinto me capaz de enfrentar tudo e todos... mas não, para quê?
vou para o quarto e ligo a tv, para ver miséria, sofrimento,
desgraça, tristeza, crueldade... para ver o mal...
está longe de mim mas existe e está lá... como posso manter o sorriso?
como posso ficar na mesma assim? só consigo sentir mais ódio..."

19.8.04

acontece me tanto, principalmente nestes momentos...

a música molda me o estado de espirito,
consigo auto induzir sentimentos... controlar...
ora mais triste e solitário, ou mais alegre e quente,
pesado e brutal para acompanhar a minha raiva,
lento e (de)cadente para me balouçar cá em cima.

17.8.04

assim ninguem te ouve... estás sozinho.
a ideia acalma te, sentes a liberdade...
quase a rebentar dentro do teu peito.
continuas a caminhar no sentido contrário,
a fugir das pessoas, dos sitios, das situações...
por isso continuas aqui, como sempre.

16.8.04

só agora consegui lá chegar realmente... sinto me melhor...
só à segunda tive a paz necessária, tou a ouvir os sons certos.
devagar... consigo distingir todos, misturam se dentro de mim,
sinto me relaxado, fecho os olhos e mergulho no escuro...
já não tenho medo, pelo menos por agora... devagar... devagar...
de volta ao lugar de afecto, ao buraco escuro,
atípico e triste que me deixa à vontade...
não pode ser mais simples que isto, a existência perfeita (!?)

cheguei com algo a mais dentro de mim, venho diferente.
a insatisfação, o tomar de consciência da minha apatia não me largam.
"no alarms, and no surprises..." por favor...
mas não é assim que vou ser feliz de certeza. preciso de viver,
não posso continuar com este medo, não posso deixar que aquilo viva por mim.

nem bem longe daqui consegui me afastar... não resisto...

resta me um ano, o mais dificil e o mais exigente.
tenho vontade de viajar, aventurar me sozinho, e já sei como o fazer...
não é preciso muita coragem, só vontade de crescer e viver!
daqui a um ano, quero ler neste blog todos esses momentos.
quero sentir que valeu a pena, estou farto desta sensação de vazio,
como se não deixasse qualquer marca, como se não existisse...
à muito tempo que nada vale a pena...

voltei diferente. percebi os "o quê?", "quando?", "porquê?", etc...
foi preciso afundar me, foram precisos dois ataques de pânico,
quando estava no meio de milhares de pessoas em euforia...
foi preciso me sentir sozinho e desamparado no meio dos meus.

agora, não quero mais nada... só ficar sozinho nesta casa e subir bem alto.
adormecer a mente, a fala, os movimentos... e dançar a este som triste.
percebi também, definitivamente, que sou uma pessoa diferente,
com poucas capacidades sociais, com problemas de relacionamento... com medo.
só estou realmente à vontade, só sou eu verdadeiramente quando estou sozinho.

transformei me nisto à tanto tempo que tenho dificuldades
em lembrar de quando conseguia viver sem medo...
mas se sei o porquê, se tenho as respostas, porque é que não sigo em frente!?

a rotina junkie, dos últimos 15 dias, deixou me marcas físicas e psicológicas...
ainda assim, quando cá cheguei a minha primeira preocupação foi comprar.
já passei à muito a barreira do "consumo saudável", e não sou o único...
reconheço os mesmos sintomas e sinais no irmão e nos meus.
(... só estou à espera de ficar sozinho para cair no mesmo)

quero conheçer melhor a mafalda, com ela, sem saber porquê,
o medo diminui, o desejo aumenta, os meus sentidos ficam mais atentos.
penso nela... é nela que deposito a esperança, depois de saber o que sei.
pode não valer de nada, mas por enquanto...
(leio a sms que me enviou e uma sensação de euforia cresce dentro de mim,
é patético mas é verdade...)

preciso tanto de ficar sozinho, preciso de tempo só para mim.
durante estes dias muitos dos meus amigos confundiram esta necessidade,
com a apatia da droga, com a perguiça... quando na verdade não é assim.
estes momentos, nalguns dias, são tudo para mim...
só mesmo afundado na tristeza, na aparente apatia, me sinto bem.
gostaria que fosse diferente, mas já está enraizado em mim.

"preciso que me salves... preciso de ti ao meu lado"

a confusão e a angustia é tal, que só o charro me consegue resgatar.
ou melhor, agora já não é bem assim, já não chega um charro...
não chega uma garrafa de vodka, todo o veneno que ingerir não vai chegar!
eu sei disso! fodasse como eu sei disso!

dois episódios marcaram me profundamente. depois de fumar,
fumar, fumar, beber, fumar, fumar, beber... quando tudo era gozo,
de um momento para outro tudo muda:
dificuldade em respirar, em falar, confusão total, não consigo deixar de tremer.
a paranoia atinge o absurdo... está tudo a olhar para mim e a ver o que se passa.
estou em pânico, mas porquê!? à 2 minutos atrás estava a dançar alegremente!
só passa quando me afasto de tudo e de todos, e quando volto reparo
que nínguem deu por nada, não aconteceu nada, foi tudo na minha cabeça...
e porque é que aconteceu a mim e não aos outros que abusaram mais que eu?

como eu gostaria de escrever outras coisas, partilhar a minha alegria aqui...