zero um : dois três

estou no areeiro, no comboio, a caminho de casa.
a mesma música faz me companhia, está em repeat.
cresce e caí vezes sem conta, eu acompanho o ritmo.
tenho a boca seca, o meu coração bate forte,
os olhos pesam uma tonelada, os pensamentos fluem rapidamente,
o discurso não... o que me interessa agora é deixar me levar.
o irmão vai estar à minha espera na estação, com um sorriso...

zero dois : quatro quatro

tinha razão... lá estava ele com um sorriso de orelha a orelha...
estou completamente dormente... vou dormir tão bem! :)

a companhia de agora... eu conseguia viver para isto!

a noite de ontem estava irresistivel...
não consegui ficar em casa, nem eu nem os meus.
passeamos pelas ruas cheias de luz e festa,
cheias de gente normal... e nós naquela angústia.
o contacto chegou e isso bastou para nos acalmar.
para mim, basta para continuar mais uma semana...

anestesiado... um quick fix...
o meu corpo acompanha a música, a mente vai atrás.
vou para o bairro hoje, festejar o aniversário do irmão.
com o ambiente que se vive por causa do futebol,
com a chegada do verão e das noites quentes,
tenho a certeza de que vai saber bem...
ao contrário do que quase sempre aconteceu,
tenho vontade de conheçer outras pessoas!

incrivel... o meu corpo continua a dançar :)

(artigo... tinham que estragar tudo no fim)

alegria, histeria, seja lá o que for, é bom!
mesmo para quem não é lá grande adepto de futebol, como eu,
é muito bom festejar, festejar com milhões de pessoas em portugal...

a música que ri comigo...

estou sozinho, estou no meu quarto, estou como quero.
estou lá... foi tão simples... não consigo resistir.
oiço música que me faz lembrar o verão em que iniciei,
ou melhor, em que escolhi este caminho...

tenho saudade desses momentos, nessa altura o objectivo era outro...

"o sol está a nascer...
o silêncio da noite cede o seu lugar ao barulho
dos autocarros velhos, que começam o seu vai e vem diário.
já não está tanto frio, tira o casaco devagar, não tem pressa.

as ruas começam a acordar...
está sentada num banco de jardim, olha o chão como se olhasse o fundo de um poço.
os cabelos finos e loiros cobrem lhe a cara marcada de dor.
está sozinha, percebeu à pouco que sempre foi assim...

queria se sentir amada...
observa um grupo de crianças, que brincam, a caminho da escola.
que inveja... sem preocupações, com um sorriso rápido e genuino.
já não consegue sorrir, o peso da sua existência não a deixa sorrir.

sento me ao lado dela...
agarro lhe a mão magra, levo a até ao meu peito.
com surpresa olha para mim, os olhos pequenos fitam os meus...
aperta me a mão com todas as forças que ainda tem... beijamo nos..."

acordei mais cedo do que estava à espera...
sabia que tinha de ir para lisboa, e mesmo assim
acordei bem disposto, com vontade de viver o dia.
bastou descer as escadas e tudo mudou...
já não suporto este ambiente.
agora, percebo claramente a decisão da minha irmã...
(as pessoas que nos deviam fazer felizes,
são aquelas que nos fazem pensar em desistir)

zero zero : dois oito

desejo-te...
sinto falta do teu tocar... mas ainda não te conheço.
espero pelo momento em que a tua mão agarra a minha
e me puxas para ti... não falas... apenas sorris.
abraço te, não te quero deixar fugir.
tudo o que nos rodeia já não importa, estamos juntos.
quero chegar lá contigo, olhar para ti e perceber.
desejas-me...
vou esperar o tempo que for preciso, não vou correr atrás de ti...

só consegui ficar sozinho agora... estava a precisar.
cheguei lá à pouco. começo a perceber que assim, não
perco totalmente o controlo sobre o meu estado de espirito.
basta esforçar me e concentrar me no objectivo...
se calhar é um pouco mais dificil, mas está ao meu alcançe.

vou passar mais uma noite em frente ao portatil.
(mais uma noite perdida, mais um dia perdido)
estou cansado destas épocas de projectos...



"olho em volta e vejo a mesma expressão em muitas pessoas.
estão, como eu, a lutar por se manterem acordadas.
a hora chegou, o comboio já entrou na estação,
faz um barulho irritante que me deixa mais atento.
a viagem não é longa, no entanto é o suficiente para adormecer.
com o hábito, um pouco antes de chegar ao destino, acordo.
olho lá para fora e reconheço o meu sítio...
caminho um pouco pelas ruas onde já brinquei,
passo pelo meu "lugar de afecto" que só reconheço de noite.
continuo... antes de chegar a casa só penso numa coisa:
estou a caminhar no sentido contrário..."

esta semana vai ser em tudo parecida à última,
mais um projecto para entregar no fim da semana.
sei que tenho de trabalhar bastante, e ainda assim,
estou à mais de uma hora no meu quarto, a adiar tudo...

penso cada vez mais na sofia. naquelas alturas, é nela que penso.
se estivessemos mais perto um do outro, concerteza que a nossa
relação seria bem diferente... eu gostava que fosse.
queria ser mais sincero com ela sem estragar tudo,
não quero me sentir um filho da puta, mas também não quero
perder a relação que já temos...
(se ao menos estivessemos mais perto um do outro...)

sinto me bem... agora, estou a aproveitar todo o momento.
há algum tempo que não estava assim, precisava de estar sozinho.
depois da semana que passei... precisava de estar sozinho,
a pensar em tudo, com calma, sem ninguem a julgar...
aprendi a conseguir ser feliz assim, preciso de segurança,
de ter o controlo absoluto sobre mim... mas é impossível.
sou, em parte, dependente dos outros, preciso deles para ser quem sou...
somos todos assim... com graus diferentes de dependência.

para quem gosta de fotografia, vão ao site dos prémios Pulitzer,
e vejam as galerias dos vários vencedores de prémios de fotografia.
não se vão arrepender...

em vez de um ataque de pânico, desta vez
tive um ataque de felicidade... sem razão,
não podia ser mais simples...
é na esperança que estes momentos se repitam,
é na esperança que se instalem permanentemente,
que eu vivo e é para lá que quero caminhar.
ainda não sei como, mas tenho vontade de avançar,
deixar esta apatia doente para trás.
vale a pena tentar chegar lá...

vou passar um fim de semana excelente... vou aproveitar ao máximo!!!

hoje vim dormir a casa, já estava a precisar de
passar algum tempo sozinho e pensar nas minhas coisas.
amanhã vai ser o dia d para o trabalho...
estou confiante que vai correr bem e apesar de
me sentir bastante cansado à alguns dias,
têm sido horas de trabalho bem divertidas...

falei hoje com a sofia, depois de ela se ter
chateado comigo no fim de semana passado.
penso que já estamos tão habituados a este jogo,
que já não passamos muito tempo sem voltar ao mesmo.
ainda assim, continuo a procurar uma aproximação...
antes de falarmos estava precisamente a pensar nela.
mais cedo ou mais tarde vou ter de lhe dizer tudo.

estou "encalhado" num bug de código à mais de duas horas...
já estou a ver que vai ser mais uma noite de merda,
a programar por obrigação e não por gostar do que estou a fazer.
vai ser impossível para mim trabalhar em algo que não me dê prazer.

estou na casa de uns colegas em lisboa... a sala está cheia.
enquanto uns trabalham, um dorme e o outro está à frente do monitor
à 1 hora, demasiado dormente para perceber qualquer coisa.
eu cheguei lá à pouco tempo, estou com mais vontade de enfrentar o BUG!!!...

"I am the passenger and I ride and I ride
I ride through the city's backsides
I see the stars come out of the sky
Yeah, the bright and hollow sky
You know it looks so good tonight
..."

acordei agora... ontem fiz mais uma directa...
sinto me de rastos mas já sei que até sexta vai ser assim.

ontem quando estava a caminho da estação de comboios,
quando passava frente ao jardim de que falei no último post,
encontrei uma funcionária da minha escola secundária.
não a via desde que entre na faculdade, e entretanto mudei um pouco.
ainda assim, quando nos cruzámos reconheçeu-me, estendeu me a mão
e falámos durante um pouco, como se os últimos seis anos não tivessem passado.
este encontro fez me pensar em como eu era naquela altura,
e como sou agora. mudei bastante, sou uma pessoa completamente diferente...

era mais feliz quando não sabia quem era